Sobre Mim
Dr. Diogo Gonçalves - OPP 16553
Psicólogo Clínico (Especialização pelo ISPA-IU)
Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Pós Graduação em Psicoterapia Psicanalítica
Desenvolvimento pessoal avançado em psicanálise (10 anos)
Longo percurso de atualização contínua de saberes
Prática clínica em contexto hospitalar e consultório privado
A partir de uma muito longa caminhada por trilhos deliberados e outros acidentais, uns controlados e outros tantos incertos e tempestuosos, e sobretudo através do meu próprio processo de psicanálise pessoal, fui descobrindo o quão fundamental e transformador é o contacto cúmplice e prolongado com alguém que nos oferece um ambiente relacional isento de julgamento, marcado ao invés pela compreensão e pela empatia.
O julgamento não promove o desenvolvimento da personalidade e não tem lugar no encontro com quem procura a minha ajuda. Cuidados e afeto são os "nutrientes" críticos que criam o ambiente propício à confiança e à possibilidade de mudança - tal como uma criança pequena se desenvolve plenamente num ambiente marcado por verdadeiros cuidados e afeto. Não é à toa que centenas de estudos apontam a empatia como aspeto crítico à mudança em psicoterapia...
Julgamento, distanciamento, frieza ou indiferença não são aspetos que possam ser encontrados em mim.
Algumas pessoas dizem-me como foi importante se terem sentido verdadeiramente aceites ao longo do seu percurso terapêutico - muitas com histórias "controversas", complexas e difíceis, porém, por detrás, pessoas nem mais nem menos que "humanas", com vulnerabilidades muito particulares, circunstâncias peculiares, e desejosas do encontro com um lugar - por vezes sem nenhuma referência interna a tal - de esperança, compreensão e novos caminhos.
Outras surpreendem-se, por vezes logo numa primeira sessão, por terem conseguido falar sobre as suas circunstâncias difíceis com uma facilidade e fluidez que jamais esperariam, sobretudo quando a experiência na partilha honesta e genuína é pouca ou por vezes nenhuma, reprimida pelo medo opressivo do julgamento (ou outras consequências).
Vergonha e culpa pelas próprias circunstâncias pessoais e de vida, pelos próprios sentimentos, pelas dificuldades e problemas dão gradualmente (por vezes de forma mais célere, por vezes de forma mais atempada - mas sempre ao ritmo próprio de cada pessoa) lugar a sentimentos de aceitação e compreensão, abrindo espaço para o encontro com a vulnerabilidade e autenticidade do Eu - o único caminho de libertação e possibilidade de crescimento.


Fazer Psicoterapia: Guia Prático
O papel de um psicoterapeuta é ajudar quem o procura a lidar com as suas emoções mais difíceis e a organizar o pensamento, sempre no sentido de se encontrarem conjuntamente formas mais adaptativas de lidar com as dificuldades pessoais, reduzir angústias e insatisfações nas diferentes áreas da vida, e promover a autonomia.
O psicoterapeuta respeita e promove a autonomia e a identidade individuais e procura ajudar a própria pessoa a encontrar dentro de si as respostas que procura para os problemas que a afligem, que comprometem as suas relações e os seus objetivos de vida.
À medida que o "falar" se desenrola em sessão o psicoterapeuta constrói e aplica intervenções que procuram conter a ansiedade e transforma-la em coisas positivas; pôr a pessoa a pensar; oferecer novos pontos de vista; identificar padrões de funcionamento por detrás de dificuldades pessoais e relacionais; construir uma "aliança terapêutica"; ajudar na regulação das emoções e da autoestima; trabalhar resistências internas, etc..
O psicoterapeuta é alguém com vastos conhecimentos, experiência pessoal e experiência clínica na área do desenvolvimento psicológico e da personalidade, normal e patológico, e das funções e princípios mentais universais (por exemplo, o facto da mente não ter capacidade para se curar sozinha dos efeitos de situações traumáticas ou particularmente adversas, sobretudo quando acontecem durante a infância, o que tende a resultar na formação de sintomas e psicopatologia ao longo da vida). É especialista no entendimento do porquê o ser humano sofre, como muda e em que circunstâncias.
É com estas ferramentas que o psicoterapeuta trabalha ao nível da reabilitação e/ou construção de recursos internos que permitem romper amarras e quebrar circunstâncias internas (e de vida) aprisionantes que tornam a vida mais difícil de ser vivida.
Ficam algumas orientações práticas sobre o funcionamento da psicoterapia:
Falar livremente
Quanto mais livremente conseguir falar das suas preocupações ou daquilo que lhe vai surgindo durante a sessão, melhor. Pode falar sobre as suas preocupações, pensamentos, sentimentos, angustias, medos, desejos, necessidades, ideias, valores, etc, tudo o que achar importante. Se à medida que fala lhe surgirem, por exemplo, outras ideias em paralelo, determinadas emoções, alguma memória ou flash, procure falar sobre isso, ainda que lhe pareçam aspetos estranhos, desadequados ou irrelevantes no momento.
Poder falar da dificuldade em falar
Se sentir dificuldade em falar sobre algo específico pode tentar falar sobre essa dificuldade específica, de modo a que você e o seu psicoterapeuta se possam debruçar sobre essa mesma dificuldade, bem como o que se encontra por detrás da mesma.
Falar sobre os sonhos
Caso dê consigo sem nada para dizer, pode tentar falar dos seus sonhos. Os sonhos são recursos precisos que nos dão informações importantíssimas e profundas sobre nós, muitas vezes quando sentimos que nada se está a passar ao nível consciente.
Falar sobre o que se passa na psicoterapia e em relação ao psicoterapeuta
Tanto ou mais importante que falar das suas preocupações é poder falar abertamente do que vai sentindo em relação à psicoterapia e em relação ao próprio psicoterapeuta. É importante falar sobre algum aspeto que lhe causa incómodo no consultório onde decorre a sessão, ou, por exemplo, sobre um eventual (repentino ou gradual) sentimento de que há algo no terapeuta, a sua forma de estar, a sua forma de olhar ou o seu tom de voz, por exemplo, que parece ser igual a alguém próximo de si ou que marcou o seu passado, como por exemplo, o seu pai. Poder falar sobre estes paralelos é fundamental.




Experiências Adversas de Infância (ACE)
O trauma emocional precoce muda quem nós somos. Mas a psicoterapia pode ajudar.
Se alguma vez se perguntou porque se tem debatido tanto durante tanto tempo com problemas crónicos de saúde física e emocional que simplesmente não desaparecem, sentindo-se como se estivesse a nadar contra uma corrente invisível que nunca cessa, então esta área da pesquisa científica pode oferecer esperança, respostas e perspetivas de cura.
Este estudo epidemiológico em larga escala visou sondar as histórias de 17.000 crianças e adolescentes, comparando as suas experiências de infância com os seus registos de saúde mais tarde na vida adulta. Os resultados foram chocantes: Quase dois terços dos indivíduos tinham sofrido uma ou mais experiências adversas de infância. Estas Experiências Adversas de Infância ACE compreendem situações crónicas, imprevisíveis e indutoras de stress que algumas crianças enfrentam. Estas formas de trauma emocional ultrapassam os desafios típicos do crescimento.
O índice de ACE de cada individuo predizia com precisão surpreendente a quantidade de cuidados médicos que essa pessoa iria necessitar enquanto adulta.
Pessoas com um índice ACE de 4 ou mais apresentavam duas vezes mais probabilidade de serem diagnosticadas com cancro em comparação com as pessoas que não apresentavam historial de ACE.
Para cada ACE uma mulher apresentava um risco acrescido de 20% relativo à necessidade de hospitalização devido a doença autoimune.
Alguém com um historial de 4 ACE mostrava-se 460% (quatrocentos e sessenta por cento) mais propenso a sofrer de depressão que alguém sem historial de ACE.
Um índice de 6 ou mais ACE demonstrou reduzir a vida da pessoa por quase 20 anos.
Este estudo demonstra que a vivência de stress tóxico imprevisível e crónico na infância nos predispõe a uma constelação de condições crónicas na adultícia.
Cálculo do índice ACE
Antes dos seus 18 anos:
1. Algum dos pais ou outro adulto em casa frequentemente ou muito frequentemente
A(o) ofendia, a(o) insultava, a(o) menosprezava, a(o) humilhava?
ou
Agiam de tal forma que a(o) faziam recear ser fisicamente agredida(o)?
2. Algum dos pais ou outro adulto em casa frequentemente ou muito frequentemente
A(o) empurrava, agarrava, esbofeteava ou atirava objetos contra si?
ou
Alguma vez lhe bateu de tal forma que gerou marcas ou danos físicos?
3. Algum adulto ou pessoa pelo menos 5 anos mais velha alguma vez
A(o) tocou ou acariciou ou a(o) levou a tocar o corpo deles de forma sexual
ou
Tentou ter ou teve relações sexuais orais, anais ou vaginais consigo?
4. Sentia frequentemente ou muito frequentemente que
Ninguém na sua família a(o) amava ou pensava que você era importante ou especial?
ou
Os membros da sua família não se preocupavam pelo bem estar de cada um, se sentiam próximos uns dos outros, ou se apoiavam uns aos outros?
5. Sentia frequentemente ou muito frequentemente que
Não tinha o suficiente para comer, tinha de usar roupas sujas, e não tinha ninguém que (a)o protegesse?
ou
Os seus pais estavam demasiado embriagados ou sobre o efeito de drogas para cuidar de si ou leva-lo ao médico caso precisasse?
6. Alguma vez os seus pais se separaram ou divorciaram?
7. A sua mãe ou madrasta
Era frequentemente ou muito frequentemente empurrada, agarrada, esbofeteada, ou lhe atiravam objetos?
ou
Era algumas vezes, frequentemente ou muito frequentemente pontapeada, mordida, batida com murros, ou atingida com objetos pesados?
8. Viveu com alguém que sofressem de problemas de bebida ou alcoolismo, ou que usasse drogas ilícitas?
9. Algum dos membros de família sofria de depressão ou perturbações psicológicas, ou algum dos membros de família teve tentativas de suicídio?
10. Algum dos membros da família foi preso?
A Soma das suas respostas positivas é o seu índice de Experiências Adversas de Infância (ACE).
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